quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tendência


Quando se cresce ouvindo que não se é gente, a sua têndencia é realmente não o ser. Não digo isso por mim, digo pelo meu filho. Nunca fui das mais carinhosas, nunca o deixei dormir abraçado a mim, nunca dizia que o amava sem que ele antes tivesse me dito.

O arrependimento é grande. Não era um bom exemplo a ser seguido. Mas agora tenho me esforçado para levar um pouco do que não dei ao meu filho às crianças do subúrbio da minha cidade. Elas têm o que não consegui dar a ele.

Não o julgo por me abandonar, nem por me dizer palavras tão horrendas. Entendo. Quando se cresce ouvindo que se é um monstro, a sua tendência é realmente o ser. Agradeço por ele não ser como eu, pois eu, burra, fui de acordo com a tendência.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Só preciso enlouquecer



Eu sinto que só preciso enlouquecer, mas do meu jeito. Colocar um fone no ouvido e sair andando sozinha na chuva, chegar em casa bem tarde, comprar uma vodka e beber sozinha. É minha terapia. Mas para dar certo é preciso esperar que chova e a previsão do tempo é de sol toda a semana.

Ou é isso, ou eu revejo os meus conceitos de loucura. Ligo o som no máximo, chamo os amigos e faço os vizinhos reclamarem da minha felicidade. Compramos bebidas, jogamos qualquer coisa que nos deixe empolgados e depois saímos pra alguma festa, só pra poder ver mais gente e enlouquecer, mas do nosso jeito.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O tema




Por onde começar? Era uma vez?

Não. Muito clichê.

Além do mais, era uma vez é para contos de fadas, histórias bonitinhas e com finais felizes. E esta definitivamente não é assim. Bem, eu ainda não sei. Queria saber. Mas não sei. Ainda não aconteceu tudo o que tinha que acontecer.

É, é uma história minha. Qual o problema? Vocês acham que minha vida não é interessante? Estão muito enganado. Ora! Por quê eu ainda dou ouvidos à pessoas que nem entendem do assunto?

Vocês não sabem o que é passar horas em frente a um computador tentando encontrar uma história. Martelando a cabeça e fazendo de tudo para encontrar uma história que vá agradar.

Vampiros? Já tem gente demais falando sobre isso, e, além do mais, eles já perderam a graça. Um romance policial? Boa idéia! Quem sabe? Mas, eu não sei nada sobre investigação. Comédia? Por acaso vocês estão me achando engraçada?

Como assim? Eu não estou ficando paranóica! Imagine! Eu paranóica!? É pra rir não é?
Vocês não entendem nada mesmo.

De qualquer forma, eu já encontrei minha história. Ela vai ser sobre uma escritora iniciante em busca de uma boa história, enlouquecida com as críticas e com o que os outros vão pensar, completamente absorta no seu mundo, mas extremamente curiosa.
Tanto, que vai caçar ideias nos mais diversos lugares, inclusive em um banheiro masculino, onde os homens ficam olhando pra ela com uma cara de incredulidade,
e achando que ela é maluca por perguntar tantas coisas sem nexo pra eles. Assim, exatamente como vocês estão fazendo agora.

Nesse dia, eu..., quero dizer, ela, só tinha se excedido um pouco na bebida. Ouviram? E vocês não precisam se preocupar, porque eu vou mudar os nomes de vocês. Mas, eu sei o nome de vocês? Não importa.

Vocês foram de grande ajuda. Vou agradecer à vocês no final do meu livro.
Bem assim: 'Aos homens do banheiro do bar do Guaxinim, obrigada!' Explícito demais?
Eu deveria colocar a data de hoje também, não é?

É isso! Adorei a minha ideia! É ótima! Vai fazer muito sucesso, eu tenho certeza! Não precisa me empurrar pra fora. A gente só está conversando, não é mesmo, meninos? Viu?

Tudo bem! Eu vou. Pode deixar, moço, eu sei o caminho. O senhor vai ler meu livro, não vai? Não?! Poxa...

Ah! Agora já sei por onde começar! Vou começar contando os problema da vida da minha escritora. E o maior deles vai ser você, caro leitor segurança.