sexta-feira, 5 de julho de 2013

Desafio-te

Desafio-te a me amar.
Assim, testaria seu sorriso todos os dias pela manhã.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sair ou não da cama?

Todos os dias quando me levanto, tomo uma decisão importante. Escovar ou não os dentes, calçar ou não os sapatos, tirar ou não o pijama, sair ou não da cama.
Todas estas decisões implicam consequências no decorrer do meu dia.
Hoje optei por não me deixar abater, coisa que geralmente não faço.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A pior parte do choro é o fim,
pois acabam-se as lágrimas,
mas a dor continua.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Em queda

Eu desmorono descalça perdida no tempo.
A ilusão me acompanha pra eu não andar só.
Enquanto a queda me invade, me invade você.
O pensamento que tenho de não poder ter.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Não houve alarde

Não houve alarde. A cidade era pequena e as casas eram afastadas umas da outras em meio a elevações monumentais de verde. A notícia espalhou-se rapidamente como um boato qualquer sobre um vizinho pervertido. O rio iria subir metro e meio em algumas horas, era o comentário da pequena cidade.

Todos pegavam calmamente suas casas e as colocavam em lugares mais altos. Alguns detalhes ficavam esquecidos e, sem medo, íamos buscá-lo. Era só um rio que transbordaria, nada mais.
           
Estendemos uma toalha colorida sobre a grama verde da primavera, colocamos sobre ela guloseimas que tínhamos em casa e esperamos. Enquanto degustávamos doces e salgados feitos na pequena padaria da cidade, que seria inundada.
           
Meu celular não estava no meu bolso. Lembrei-me de tê-lo deixado perto da minha casa na árvore, feita quando eu ainda tinha sete.

Não houve alarde, levantei-me e fui buscá-lo.

As ruas estavam vazias, as almas que ali habitavam já haviam encontrado seus pontos de abrigo metros acima da minha pequena cidade. E era cada um com seu imenso espaço.

Ao longe pude ouvir pequenos passos que caminhavam saltitantes. Parei para ouvir o único ruído da minha cidade.  Sorrateira ela entrou no meu campo de visão. A uma distância curta de mim, estava uma menina de cabelos compridos e negros, mas ela não me viu. Estava entretida com seus saltos.

Ela parou de repente e fixou o olhar em algum ponto distante, que eu não conseguia enxergar. Uma parede do meu lado direito, não me deixava ver além. Imóvel, ela permaneceu por alguns segundos, enquanto eu a observava também imóvel.

A água veio. Foi rápido. Tive um impulso de salvá-la, mas foi tarde demais. Ela me olhou no exato momento em que a água a levou. Silenciosa.

Corri.

A água não me atingiu e eu voltei para o nosso delicioso piquenique. Não houve alarde.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Li sua mensagem, seu e-mail e seu recado na caixa postal.
Recebi suas flores e seus pedidos de perdão.
Foi tudo pro lixo junto com você.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Post


O roupão jogado na cadeira, a escrivaninha enfeitada com livros abertos e o resto do quarto de pernas pro ar, esperando para entrar aos poucos na mala, enquanto atualizo mil vezes seguidas minha página na internet, a procura de alguém que se importe com as coisas que estão na minha mente. Ninguém se importa.

A mala aberta na outra ponta da cama esperando por mim, mas ninguém se importa. O quarto escuro e a música triste não me ajudavam a levantar. Só queria ficar enterrada na cama com mil coisas na mente, coisas que por instinto eu jogo na rede.

Já me disseram uma vez para parar, que ninguém precisava saber. Se não precisassem por que me perguntam como me sinto, como estou passando, ou o que está acontecendo?

O que está acontecendo? Está é a pergunta que mais me torna monótona. Eu e minha cama, enquanto minha mala espera. Eu e minha cama, enquanto meu tédio impera.

"Vou arrumar as malas. Partir pra outro lugar, com outra vista, outra cama."

Forças para levantar e começar a juntar minhas coisas, enquanto jogava as dele fora pra sempre, era o que eu precisava.

E eu só tive forças para fazer isso depois que ele curtiu minha ultima postagem. Era o que ele queria, Era o que eu precisava.