domingo, 30 de dezembro de 2012

Longe de casa

Longe de casa.
Não há como não se sentir só.
As noites se tornam companheiras e os copos te dão o auxílio necessário.
Os amigos estão aqui, mas nunca é pra sempre.
Nada é para sempre.
A família se torna algo distante e você se lembra que o objetivo não era esse.
Acordar sozinho e ver que agora é por sua conta.
Aprender a lidar com tudo e com todos, sem ter permissão pra fraquejar.
Tudo porque... longe de casa.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Queria ter tempo pra mudar o mundo,
mas ainda preciso arrumar minha cama.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Rabiscos

Queria por num papel tudo o que eu sinto, tudo o que eu penso, e tudo o mais que eu quisesse. Mas me disseram que o papel está fora de moda, que está ultrapassado e que surgiu um novo lugar pra se escrever. Um lugar onde  você escreve pra muitas pessoas verem, um lugar em que o que você escreveu talvez não seja mais seu, mas de muitos. Tudo estava mudando. O mundo não era mais o mesmo. Poderíamos conversar com uma pessoa de muito longe, sem precisar sair de casa, e sem precisar escrever. O papel iria aos poucos se extinguindo e diriam que era para preservar o meio ambiente.

Pensei em quantas cartas eu deixaria de escrever. Pensei no prazer que eu sinto em pegar num lápis e rabiscar os meus pensamentos no papel. Não poderia ser real. Ainda bem que me disseram que o futuro que ela previa, era um futuro muito distante.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Expectativa

Não se deve depositar muita expectativa,
só assim pode-se sentir o sabor das pequenas coisas.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Não tente me entender.
Eu sou quase indecifrável.


sábado, 24 de novembro de 2012

Conto

Queria ser príncipe de um mundo sem história,
cavalgar nos mares,
morar num castelo de areia,
defender a donzela do nada,
e ser feliz para todo o sempre.

domingo, 18 de novembro de 2012

Feliz...

       
       Desejei tantas coisas nessa vida, mas nesse exato momento, o momento que tenho direito a um pedido, nada me vem a cabeça, exceto uma coisa.
       As velas acesas e o bolo esperando a minha deixa para ser cortado, além de todas as pessoas que estavam ali ansiosas para comê-lo. Como se eu não soubesse.
       Mas havia algo que eu queria mais que tudo, mas que eu não queria querer.
       Foi inevitável, fechei os olhos, enquanto a música de todos os aniversários chegava ao fim, desejei e soprei as velas.
       Abri os olhos e a campainha tocou.
       Desejo realizado.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um dia eu disse que amava mudanças. 
Nesse dia eu ainda não tinha me despedido.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Revesamento

Eu consegui.
Fiz tudo o que eu queria,
me deixei levar...
Fui para onde o destino me guiou,
arrisquei os primeiros passos de uma vida nova
num cenário novo com pessoas novas.
Me adaptei taum perfeitamente 
que nem queria sair.

Era tudo o que eu queria,
tudo o que eu precisava,
mas agora estou em casa
e aqui é bom também.

Climas diferentes,
tudo o que uma pessoa precisa
total liberdade em contraste com a tranquilidade.
O que mais eu posso querer?

Meu revesamento particular
daqui a pouco já devo voltar
é assim que eu gosto.

Muda nada naum... assim tah taum bom!

Mentes

Há tantas coisas em que eu deixei de acreditar,
há tantos momentos que minha memória se recusa a lembrar,
há tantas risadas das quais eu vagamente me recordo,
há tantas pessoas que eu queria que estivessem para sempre comigo,
há tantas versões para uma mesma história,
há tantos verões para uma mesma memória,
há tantos relógios espalhados pela vida,
há tantas fotos guardadas...

Por que lembranças dificilmente são lembradas?
Por que mentes confusas são as melhores desculpas?
Por que momentos são tão voláteis?
Por que mudamos com uma frequencia assustadoramente comum?
Por que conscientemente cometemos os mesmos erros várias vezes?

Por que sempre queremos enxergar longe?

Mentes são tão diferentes,
só nos resta tentar compreender.

Monique Carvalho

Desilusão

Para ela o amor é patético.
Não sabe onde está todo aquele encanto predito em livros.
Não vê graça em se sentir segura nos braços do outro,
de andar de mãos dadas,
de falar como uma criança retardada 
um eu te amo todo melado.
Não quer sentir nada disso.
Acha nojento o quanto homens conseguem ser falsos,
figem tão espontâneamente que dariam a vida por uma garota,
mas elas não sabem que é, literalmente, por qualquer garota.
Não existe nenhuma especial,
só existe aquela que cairá no encanto das suas doces palavras
e à este sentimento tolo dará o nome de amor.
Ela vê velhos nojentos jogando, o que eles acham que é charme,
para garotinhas mais novas,
pobres garotas que se derretem por qualquer elogio de bêbado.
Ela foge do amor como o diabo da cruz.
Ela sabe que pobres almas amantes sofrem.
E ela não quer isso, definitivamente não.
Entre sofrer por um, que ama todas,
e sofrer por um que não a ama,
ela prefere não sofrer.
E o segredo para isso é, simplesmente,
não amar.

Monique Carvalho

Menina má

Pareço bem convincente
ao tentar fazer seu jogo,
mas o que você ainda não percebeu 
é que é você quem participa do meu

às vezes insensível
às vezes suscetível
esta é a minha estratégia
eu não quero me envolver
só quero te ter

pra não me ver numa tragédia entende?

não pense que sou má
tá tudo tão perfeito
não forço a barra, não aumento o preço
mas não sou tão boazinha quanto pareço

eu sei como você é
sei o que você faz
mas eu faço as regras, vai ser do meu jeito
é que eu não sou tão boazinha quanto pareço.

Monique Carvalho

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Grandes feitos

Às vezes, pessoas das quais não esperávamos grandes feitos
são as que mais nos surpreendem.
Muitas vezes depositamos expectativas demais em certas pessoas,
mas descobrimos um pouco tarde que são as pessoas erradas.
As verdadeiras merecedoras de nossa confiança são aquelas que se importam conosco,
que estão sempre presentes e nos fazem bem.
Devemos aprender, enquanto é tempo, a dar valor às pessoas certas.
Isso é questão de observar certas atitudes e gestos,
certas palavras e momentos,
pois são nas pequenas coisas que percebemos que certas pessoas tem grande valor.

sábado, 16 de junho de 2012

Nunca é tarde


Eu sei viver a vida do meu jeito
Já aprendi a ser feliz sem me igualar
Se está com a corda no pescoço, eu respeito
Já que a vida não te ensinou a andar
Foi em vão muita coisa que eu fiz
Mas aprendi que se menor, mais tem valor
Descobri que a gente tenta ser feliz
Apenas procurando um grande amor

Nunca é tarde para achar o caminho certo
Não é fácil encontrar água no deserto
Impossível é uma palavra muito forte 
E nunca é só uma questão de sorte

Não se pode tentar um novo começo
Já que o tempo não pára se eu mandar
Mas o foco da sua vida ainda tem jeito
E nunca é muito tarde pra mudar
As folhas sempre caem ao seu lado
E nem sequer sabia que era outono
Só quer viver a vida sossegado
Não percebe que isso é quase abandono


Como eu quero

Se o mundo girasse de acordo com as nossas ordens,
talvez o mandássemos girar em torno de nós mesmos.
Se a chuva se movimentasse de acordo com as nossas ordens,
talvez a mandássemos passar por nós sem nos molhar.
Se as lágrimas saíssem de acordo com as nossas ordens,
talvez a mandássemos cair sempre dos olhos do outro.
Se tudo fosse de acordo com a nossa vontade
seria tudo tão sem graça.
Não teriamos planos,
pois tudo seria fácil demais,
nunca esprimentaríamos um banho de chuva
refrescando a alma,
nem nunca variaríamos nossos sentimentos,
pois escolheríamos estampar um sorriso 24 horas no rosto,
tendo tudo e todos na hora que bem entendessemos.
Enquanto ao nosso redor tudo seria tão diferente de nós.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

É assim

Quando tudo parece perfeito é porque chegou a hora de mudar. 


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ombros



Aqueles ombros que me consolaram estão partindo, um a um, e eu fico aqui, aguardando a minha vez.

A esses ombros que me viram chorar e me consolaram; conheceram cada uma das minhas fraquezas e, mesmo assim, me dotaram de forças; confidenciarama mim seus segredos mais íntimos; confiaram e acreditaram em mim: obrigada.

Ah! Como eu os amo!

Ainda me lembro desses ombros se juntando para satisfazer o vício das fotos, mas agradeço por tê-las comigo. Fazem-me lembrar quão feliz sou pelo simples fato de saber que esses ombros estão comigo, estejam onde estiverem.

Ah, ombros! Apesar de estarem tão longe, espero que permaneçam bem e se lembrem dos meus sempre que precisarem, pois estes estarão sempre aqui, esperando vocês voltarem.

Saudades

sábado, 28 de janeiro de 2012

Era ele

Eu sempre frequentei lugares estranhos, mas como esse nunca. Foi difícil até sair do carro, depois de ver aquela rua assustadoramente desabitada, sendo meu o único carro que constava ali. Havia um bar. De início, a porta já estava emperrada e sem metade da pintura, os vidros empoeirados e as paredes cheias de mofo.

O homem debruçado na mesa tomava o que sobrou da sua garrafa de pinga e nem notou a minha presença. Tirei meus óculos escuros dos olhos, pois não se faziam necessários em um ambiente onde a luz era tão fraca, quanto o bêbado debruçado sobre a garrafa.

Ao longe se ouvia um barulho de água jorrando da torneira, o que me deu a esperança de haver um sóbrio ali que me pudesse dar a informação. Fui até o balcão e o chamei.

Vestido com uma camisa de manga um pouco suja, dobrada até acima dos cotovelos e um pano úmido nas mãos que vinha enxugando com impaciência, o homem de boa aparência me perguntou o que eu desejava. Enquanto ele falava, eu pude observar suas feições, seu sorriso, seus olhos. Ele não me era estranho. Concentrei-me nele, sua voz, o formato do rosto, o jeito rude e impaciente com que secava as mãos. Era o mesmo que fazia quando éramos pequenos e a mãe o mandava lavar as mãos para comer e ele não queria secar, como se fosse uma obrigação.

Eu pensei que estivesse perdida, mas não, eu estava no lugar certo.