quarta-feira, 7 de julho de 2010

Gelo



Dezessete anos na mesma vida a fizeram fria, como gelo, ou mais que gelo. Não dava para saber. Memórias congeladas e esquecidas. Um passado morto e um presente que mata. Uma vida sem ideal e sem crenças, sem acreditar em um final feliz.

Pais mortos, família morta, e só ela sobrevivia da sua maneira fria, fazendo seu programa na noite fria para alimentar sua alma já congelada.

Mais um dia, mais um cara, mas todos eram iguais, faltava sentimento. Não sabiam que ela sofria. Todas as noites eram agoniantes e nostálgicas. Não aguentava mais essa vida.

Contos de fada, são somente contos de fada e nada mais. A vida real mata. Mas quem sabe, por milagre ou destino ela encontrasse seu ponto de ebulição.

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